PERSONAGEM
EX-FUNCIONÁRIO PÚBLICO TROCA O TRABALHO CONVENCIONAL PELA COLETA DE LIXO E PROVA QUE HOJE ESSA É UMA ATIVIDADE ECONÔMICA RENTÁVEL
Por Carlito Rodrigues
Souza trabalha com sucata há 6 anos Foto: Carlito Rodrigues |
“Eu amo sucata”! É assim que Antônio Guimarães Souza, 42 anos, casado, pai de três filhos e ex- funcionário público se expressa quando fala sobre sua atividade econômica. Ele trabalha nas ruas de Palmas recolhendo materiais recicláveis, ou sucata como é chamado no jargão popular, há aproximadamente seis anos.
Ao contrário do que muita gente pensa, essa é uma área rentável. Com a crescente a quantidade de produtos jogados fora diariamente como papéis, plásticos e metais, o trabalho colabora com o meio ambiente. ”Eu acredito que existe o emprego ideal para cada pessoa e eu encontrei o meu. Eu amo o que faço,” diz Antônio Guimarães ao lembrar que começou o investimento com uma TV usada e R$ 500,00, usados na compra de um carro para carregar os materiais.
Atualmente ele possui dois veículos utilitários que são usados para a coleta, uma casa e um carro de passeio, tudo obtido com o retorno desse investimento. Ele revela que ainda sofre discriminação por exercer um trabalho em que, geralmente, sua bastante e que é inevitável que se suje. “As pessoas vão muito pela aparência, acham que sou um desocupado e nem me reconhecem quando estou dirigindo meu carro e trajando roupas limpas”.
Um problema que Antônio enfrenta em épocas de chuvas é com a fiscalização da Prefeitura, pois todo o material acumulado fica em seu próprio lote até ser enviado ao seu destino para ser processado, o que poderia gerar doenças. Ele afirma, entretanto, que o tempo de permanência é muito curto e o que há, na verdade, é uma rotatividade diária desse material.
Após uma separação seletiva, esses objetos são prensados e vendidos a uma empresa que por sua vez repassa para as siderúrgicas para serem transformados em novos produtos. O lucro é de aproximadamente R$ 0,30 por quilo de sucata. Conforme Antônio, em torno de trinta pessoas trabalham nesse ramo na cidade, mas como a maioria é autônoma, é difícil se ter um número exato.
De qualquer forma, percebe-se que é possível viver da sucata e essa é só mais uma das novas configurações de trabalho que vão surgindo no cenário atual.
E é mais um trabalho digno e tão importante quanto os outros.
ResponderExcluirRecentemente li matéria sobre o desperdício que há nas cidades americanas e europeias. Um disparate.
Mas ainda bem que há pessoas como o personagem da matéria de Carlito, que vêem nisso um nicho econômico.
Parabéns pelo texto, Carlito
Um assunto de essencial importância e uma matéria muito bem abordada...parabéns!!!
ResponderExcluir